Para uma plateia dividida entre vaias e aplausos, a presidente Dilma
Rousseff lembrou ontem, durante a entrega do Prêmio Direitos Humanos
2013, que foi torturada e que só quem já passou por esse tipo de
violência sabe o desrespeito à Humanidade que significa. Em discurso,
ela reconheceu que ainda há tortura sendo praticada no Brasil. Dilma
comemorou a regulamentação da lei que cria o Sistema Nacional de
Prevenção e Combate à Tortura. Entre os participantes do 1° Fórum
Mundial de Direitos Humanos havia índios protestando contra mudanças da
demarcação de terras indígenas e opositores do governo.
Em
palestra após a entrega dos prêmios, o ex-presidente Lula foi vaiado,
principalmente pelos representantes de entidades de defesa dos índios e
por indígenas. Enquanto discursava, defendendo as ações dos governos
petistas, alguns manifestantes chamavam Lula de "ladrão e traior". e tem
uma coisa que não me assusta, é protesto. Eu nasci assim. Mas nós,
governantes, precisamos ter consciência de que a democracia exige muito
de nós — disse o ex-presidente.
Paulo Apurinã, um dos líderes
indígenas presentes, acusou: — o governo do PT mata mais índio que as
ditaduras militares. A Polícia Federal virou uma polícia política.
Dilma não se referiu às manifestações, e admitiu que ainda há tortura no
país: — É necessário reconhecer que a tortura continua existindo no
país. Eu, que experimentei a tortura, sei o que ela representa de
desrespeito à mais elementar condição de humanidade de uma pessoa.
Estamos determinados a mudar esse quadro. Pessoas empunhavam cartazes, e
um dizia "Dilma assassina". Alheia às críticas, ela fez um balanço das
ações de seu governo na área de direitos humanos.
Fonte: O Globo
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