domingo, 5 de janeiro de 2014

Os brasileiros precisam participar da política. O distanciamento da vida pública beneficia os malfeitores



Os resultados apresentados pela classe política brasileira, sobretudo no campo da ética, têm dado margem a comentários nada lisonjeiros que enlameiam, inclusive, aqueles cujas ações estão sendo pautadas dentro dos padrões morais exigidos a todos quantos se propõem a exercer a representação popular.
Tem havido, lamentavelmente, uma vertiginosa queda de qualidade no universo dos homens públicos nacionais e, sempre em ano de eleição, como o corrente, renascem as esperanças de melhoria nos quadros existentes, mesmo persistindo, equivocadamente, uma grande repulsa da sociedade pelo exercício da política.
Repugnar político, por qualquer que seja a razão apontada pelo brasileiro, é um direito garantido no ambiente democrático. A política, no entanto, não. Ela deve ser aceita como um instrumento capaz da construção dos meios de defenestração dos oportunistas infiltrados nos partidos com a finalidade de satisfazer seus interesses pessoais, condenáveis, de negação de tudo quanto se espera dos detentores de mandatos eletivos ou de cargos na pública administração.
As pessoas de bem, incluindo os jovens, que estão distantes da política, só contribuem para ampliação dos espaços já ocupados pelos malfeitores e ajudam a manter o estado de coisas detestáveis postas a afrontarem os sentimentos daqueles ainda capazes de se indignarem com a transgressão à coisa pública, nos seus mais diversos aspectos em que se inclui a apropriação e os desmandos incontroláveis, apesar de todo o aparato de fiscalização já existente.
Faz tempo que os resultados das eleições só apresentam mudanças de "seis por meia dúzia", o que significa, no linguajar comum, a troca dos mesmos. Não há renovação qualitativa, de gente com envergadura moral capaz de, sendo Governo, contestá-lo quando necessário, segundo os seus princípios, e sendo oposição saiba representar bem essa importante parcela social, pois quando séria ajuda o governante, com a crítica e a vigilância, a melhor servir ao seu povo.
O calendário eleitoral definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assim como o ano civil, começou a ser praticado na última quarta-feira, com as limitações sobre pesquisas de intenção de votos. Mas o dos políticos, interessados direta ou indiretamente na disputa de outubro, está informalmente vigorando há algum tempo, principalmente aos pretensos candidatos a cargo majoritário, apesar da imobilidade dos seus partidos, quase todos fisiológicos e, por conseguinte, mais fragilizados que muitos dos seus filiados, interessados apenas em ter a legenda para a garantia da candidatura.


Por EDISON SILVA:EDITOR DE POLÍTICA/DIÁRIO DO NORDESTE

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