Por Danilo Macedo
Fortaleza - Solucionado o impasse entre o governo do Ceará e os
policiais militares do estado, agora os policiais civis aguardam uma
resposta às reivindicações da categoria. Na noite de ontem (4), a
diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do
Ceará (Sinpoci) conseguiu ser recebida pelo delegado-geral da Polícia
Civil e pelo secretário de Segurança Pública, coronel Francisco Bezerra,
com a mediação do presidente da OAB no estado, Valdetário Monteiro.
O sindicato informou que o secretário se comprometeu a dar um
posicionamento do governo sobre a viabilidade das reivindicações na
tarde de hoje (5), após discuti-las com o procurador-geral do Ceará,
Fernando Oliveira. Segundo os representantes dos policiais, Bezerra
disse que não é com paralisações que se resolverá o problema da Polícia
Civil e pediu que fosse reaberta uma delegacia.
Ao ouvir o resultado da reunião na praça onde estão concentrados, em
frente à Superintendência da Polícia Civil, os manifestantes negaram o
pedido e, segundo o sindicato, a paralisação atingiu na noite de ontem
mais de 90% das delegacias em todo o Ceará. Sem muita expectativa de uma
resposta satisfatória para hoje, os policiais disseram que continuarão
em greve geral.
O
Exército Brasileiro, que comandou a segurança no Ceará durante a greve
da Polícia Militar, informou por meio de nota que tropas foram
mobilizadas para garantir a segurança de algumas delegacias e sedes da
Polícia Civil e as medidas administrativas referentes a prisões
continuam sendo executadas. Além disso, a força enviada ao estado
permanecerá até que a normalidade seja retomada e a presidenta Dilma
Rousseff ordene a desmobilização.
Os policiais civis reivindicam remuneração inicial equivalente a 60% do
valor pago a delegados, que recebem R$ 8 mil assim que entram na
carreira. Atualmente, o salário é cerca de R$ 2 mil. Também pedem o fim
da exigência de nível superior para promoções, a adoção de horas extras e
a não punição administrativa dos que participam das manifestações, o
que já teria ocorrido com 199 deles, que tiveram salários descontados em
outras paralisações.
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