Vai demorar mais um pouco até os dois contêineres com lixo hospitalar
deixarem Pernambuco de volta aos Estados Unidos. O navio Cap Irene, que
estava previsto para deixar o Porto de Suape às 15h, só deixará o
estado às 21h, confirmou há pouco a assessoria de imprensa do porto.
As 46 toneladas de lençóis, toalhas, batas e seringas usadas - que
tinham identificação de hospitais norte-americanos - chegaram ao Recife
em outubro do ano passado. O material, que foi apreendido, tinha como
destino uma empresa do polo têxtil de Santa Cruz do Capibaribe,
município do Agreste de Pernambuco.
Além dos dois contêineres com lixo hospitalar, o Cap Irene leva
outros 2,8 mil contêineres com cargas diversas. Como o lixo hospitalar
fica separado, não existe risco de misturar os objetos ou contaminação.
De Suape, a embarcação irá para o Porto de Santos (SP). Depois seguirá
para a Argentina.
Só depois destas duas escalas é que o navio rumará para seu destino
final: o porto de Charleston, na Carolina do Sul. A chegada só
acontecerá em fevereiro. “Estaremos acompanhando a carga quando ela for
recebida nos Estados Unidos, e faremos nova perícia no material”, disse o
chefe da polícia de imigração da alfândega nos Estados Unidos no
Brasil, Gabriel Gonzales.
O embarque realizado no início da manhã deste sábado deveria ter
acontecido no último dia 7. Mas a companhia Hamburg Süd, responsável
pelo transporte dos contêineres, pediu uma documentação complementar
emitida pelo departamento de segurança interna dos Estados Unidos.
A devolução tinha sido autorizada pela Alfândega em dezembro. A
empresa Na Intimidade, que importava o material para fazer forro de
bolso, é a responsável pela devolução e pelos custos.
Entenda o caso
Entenda o caso
Em 11 de outubro do ano passado, o primeiro contêiner foi encontrado
pela Receita Federal, no Terminal de Contêineres de Suape, com 23,3
toneladas de lençóis sujos, além de seringas, luvas, catéteres, drenos e
outros objetos hospitalares usados em instituições de saúde
norte-americanas.
O segundo lote foi localizado no dia 13, com o mesmo peso. Lençóis,
fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas e roupas de bebê com
identificação de diversos hospitais norte-americanos foram encontrados. A
documentação das cargas dos dois contêineres apreendidos, apresentada
na alfândega, indicava se tratar de “tecido de algodão com defeito”.
A descoberta do material causou temor no Polo de Confecções do
Agreste, o segundo do país, com uma produção anual de 1 bilhão de peças e
faturamento de R$ 3,3 bilhões. Hoje, o estado responde por 15% do
mercado brasileiro de vestuário. A meta é aumentar a participação para
20% até 2023.
Nenhum comentário:
Postar um comentário