João Valadares - Correio Braziliense
Luiz Carlos Azedo -
Valdemar, preso desde 5 de dezembro na Papuda: político se preparou para continuar dando as ordens no PR, mesmo atrás das grades foto: Monique Renne/CB/D.A Press |
Mesmo
preso no Complexo da Papuda desde 5 de dezembro, o ex-deputado Valdemar
Costa Neto (PR-SP), condenado a sete anos e 10 meses de prisão no
processo do mensalão, continua dando as ordens no Partido da República
(PR). A legenda é aliada do governo Dilma Rousseff (PT) e comanda o
Ministério dos Transportes. Na semana passada, Valdemar teve uma reunião
na cadeia com o secretário-geral da legenda e seu homem de confiança, o
senador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP). De dentro da prisão, traça
metas para eleger uma bancada de 40 deputados nas próximas eleições,
conjectura alianças nos estados e faz sondagem de potenciais candidatos
com possibilidade de votações expressivas.
Ao ser questionado, o
senador Antônio Carlos Rodrigues, que ocupou a vaga deixada por Marta
Suplicy (PT-SP) quando a petista assumiu o Ministério da Cultura,
confirmou, na primeira conversa por telefone com o Correio, que ele
ainda tem ascendência no partido. “Sem dúvida alguma. Não é por ele se
encontrar nessa situação que iremos desprezá-lo”, justificou. Depois, no
segundo contato com a reportagem, mudou o tom. O parlamentar, escolhido
estrategicamente por Valdemar para conduzir as decisões da sigla, fez
questão de salientar que ele já repassou o comando do partido. “O
Valdemar se afastou do partido. Ele está estudando, fazendo um curso na
prisão. Fiz uma visita particular. Ele é meu amigo”, ressaltou.
Consciente
de que não escaparia da condenação imposta pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), o político preparou o PR para continuar sob o seu
controle enquanto estiver privado de liberdade. Na presidência do
partido, colocou o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que
perdeu o cargo após denúncias de corrupção.
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